sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

4.3 - História dos descendentes

“É como se ele tivesse voltado, a bisneta dançava e o pequeno Zezinho tocava o tambor novamente as cantigas de Jongo e Mana-Chica. Tenho certeza que quando as crianças entram na roda é porque José Embate está aqui”.

Quem enfatiza esta frase é Maria Antônia Gomes, 70 anos, cunhada do falecido José Embate, responsável pela divulgação do Jongo, Mana-Chica e diversas danças remanescentes em toda Baixada Campista. Passados dois anos de sua morte a família lembra com saudades do batuque no quintal e da felicidade do patriarca ao tocar suas canções de infância. Sua filha caçula, Maria José Leal Alves, também dá seu depoimento:

“Era felicidade do meu pai reunir a vizinhança e fazer festa no quintal de casa, o tambor tocava noite à dentro. Hoje, a coisa mudou a maioria de seus amigos também já se foram (sic) e restou pouco para contar”.

Dos três filhos, Marco Antônio, 36 anos, foi o único que continuou com a tradição. Ele canta e toca as canções aprendidas pela vida quando acompanhava o pai nos eventos de confraternização. Seu filho com apenas cinco anos, José Adilton, neto de Zé Embate, participa e já tem força nos braços para cantar e tocar.
Dos tempos passados ainda restou um tambor, conhecido como “Corre Mundo”
15. Muito resistente, o instrumento é feito de tronco de árvore e pele de carneiro. Quando a festa é à noite só uma fogueira faz com que o som saia perfeito e durante o dia não há problema, o sol faz o mesmo papel.
15 O tambor é “batido” por um ogã (responsável pelo ritmo e pelos cânticos). Ele se assenta sobre o tambor ou o pressiona entre as duas pernas, executando a batida com o corpo meio emborcado.

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