quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

16.2 - Relatório da 2ª Expedição à Baixada Campista

Em 19 de julho de 2003, sábado, às 7 horas e 30 minutos, os mesmos alunos do Curso de Comunicação Social, envolvidos no Projeto do Mestre e Professor Orávio de Campos Soares, cujo título é: “A recuperação das reminiscências culturais dos aceiros de canas da Baixada Campista”, realizaram a segunda viagem através da Baixada Campista com o objetivo de recuperar dado e colher informações a respeito das principais danças folclóricas que existiram na Baixada Campista.
Desta vez, utilizando o mesmo veículo, da primeira expedição, o grupo saiu com um objetivo traçado e bem delineado. Com a ausência da fotógrafa Ana Celi Nuffer, mas contando agora com a presença de Andresa Alcoforado, o grupo saiu da Faculdade no horário marcado, às 7 horas e 30 minutos, tendo encontrado com aluno Paulo de Almeida Ourives, na Avenida 24 de Outubro, nas imediações do Asilo do Carmo.
O primeiro objetivo era encontrar informações sobre o Jongo, em Goitacazes. A equipe foi ao encontro da casa do falecido José Embate, Jongueiro muito famoso naquela localidade, e obteve sucesso. Todos os filhos residem no mesmo terreno, e um dos filhos, Marco Antônio, hoje, bate o tambor e canta os versos que seu pai, José Embate, cantava para todos aqueles que desejavam apreciar a arte do Jongo.
Após esse encontro, toda equipe seguiu para a residência de Ataíde da Trindade, ainda em Goitacazes, que havia sido indicado por Antônio de Zinho, pois se tratava de um ótimo dançarino. Depois desse encontro, o grupo seguiu para a residência do sanfoneiro, Zé Heitor, ainda em Goitacazes.
Lamentavelmente, o estado de saúde de Zé Heitor não era dos melhores, a princípio sentimos certa resistência da esposa em franquear o acesso ao sanfoneiro, mas diante da insistência, acabou cedendo, e o grupo então acabou por conhecer o sanfoneiro, tão elogiado por Antônio de Zinho, de Caboio. Nesse encontro, Zé Heitor, revelou que como ninguém mais o chamava para tocar acabou vendendo a sanfona. Um dos filhos dele tentou procurar a sanfona, acreditando que ela estivesse guardada, e pudemos ouvir de Zé Heitor, que tantas vezes ele quis que seu filho aprendesse a tocar, mas agora que já não há mais sanfona, e ele está vendo a importância do pai, é que o filho procura pelo instrumento. Somente depois de ver a nossa curiosidade e a importância que nós alunos da Faculdade de Filosofia de Campos, estávamos dando àquele homem, é que pudemos perceber no final, uma modificação no tratamento da esposa para com o marido, e para conosco.
Finda a visita a Zé Heitor, o grupo então se locomoveu para Tocos, à procura de Hilda Conceição, que deu algumas informações a respeito da diferença entre Mixuango e Mocorongo. Ela chegou a revelar que a Capela do Solar do Colégio, é dedicada a Santa Inácia, mas que nenhum órgão de comunicação e nem mesmo a prefeitura divulgam essa informação. E que no próximo dia 31 de Agosto será comemorado o dia de Santa Inácia. E que a avó dela tem o nome dessa Santa, porque nasceu no dia consagrado à Santa. Como não havia mais nada a acrescentar, o grupo então se dirigiu até o Solar do Colégio.
No Solar do Colégio, o objetivo era encontrar um senhor chamado de Zé Vitor, que ainda trabalha naquele local. Mas ao chegar, tanto eu, Paulo, como Marco Antônio, não tivemos a felicidade de convencer o Sr. Zé Vitor em nos conceder uma entrevista, mesmo colocando à sua disposição uma carona de volta até Goitacazes. Tiramos então algumas fotos e seguimos direto para Barra do Furado, e no trajeto de retorno ir a alguns lugares, onde não havíamos tido tempo de ir.
Ao sair de Barra do Furado, fomos à procura da Fazenda Pau-Grande, lá Antônio Francisco, alegou que não sabe nada sobre a Mana-Chica, e não poderia nos ajudar. Enquanto conversávamos, Marco Antônio, percebeu no batente da porta da cozinha, uma figura, que segundo ele, é uma marca dos jesuítas, e assim ele tirou uma foto.
Seguimos então com destino de volta pela mesma estrada e paramos então em Caboio, para uma visita a Antônio de Zinho, que foi novamente entrevistado e ele nesse caso, tentou nos levar até a residência de Ivo, mas ao chegar lá, não o encontramos, não havia ninguém na casa.
O grupo então se despediu de Antônio de Zinho e fomos para Correntezas, procurar alguém que pudesse nos dar mais informações a respeito de algumas danças antigas. Não localizamos ninguém porque as pessoas que poderiam nos dar esse tipo de informação, já morreram.
Fomos então para Mineiros, na casa de D. Maria Rezadeira, tentar fazer algumas imagens de como ela reza as pessoas. Ela, não colocou nenhum obstáculo e todo o grupo então foi até os fundos da casa, onde ela mantém um terreiro, e todos os membros serviram de cobaias para o projeto e foram rezados pela D. Maria Rezadeira.
Quase saindo de Mineiros, o aluno Marco Antônio lembrou de ir à casa da avó dele. Chegando lá, soube através de uma tia, que algumas pessoas da própria família, conhecem algumas danças típicas da região da Baixada, e ele então ficou incumbido de procurar esses parentes para entrarmos em contato e buscarmos o que ainda resta na memória dessas pessoas, em relação à Mana-Chica do Caboio, o Jongo, o Lanceiro, a Mazurca, etc.
Já bastante cansados, o grupo então resolveu encerrar mais um dia de trabalho de pesquisa, pois já estava quase anoitecendo. E assim encerramos mais um relato de viagem, à Baixada Campista.

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