quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

16.3 - Relatório da 3ª Expedição à Baixada Campista

Em 26 de julho de 2003, sábado, às 7 horas e 30 minutos, os alunos do Curso de Comunicação Social, envolvidos no Projeto do Mestre e Professor Orávio de Campos Soares, cujo título está descrito acima, realizaram a terceira viagem através da Baixada Campista com os mesmos objetivos das viagens anteriores, ou seja, o de procurar e encontrar informações a respeito das principais danças folclóricas que existiram na Baixada Campista.
Nesta terceira expedição, o grupo seguiu para a Baixada com Priscila da Silva Gonçalves, Rosália Maria Moreira, Paulo de Almeida Ourives, Andresa Alcoforado, Michelle Barros dos Santos, Raquel Correia de Freitas, Alexandro Chagas Florentino, e o cinegrafista Osiel. O grupo saiu da Faculdade no horário marcado, às 7 horas e 30 minutos, tendo encontrado com aluno Paulo de Almeida Ourives, na Avenida 24 de Outubro, nas imediações do Asilo do Carmo.
Como estava previsto, o objetivo dessa expedição seria o de encontrar com Geraldo Anjinho, a mãe do vereador Ailton Tavares, os filhos de Zé Embate, na localidade de Goitacazes, depois seguirem para o Solar do Colégio, a procura do Sr. Zé Maria, administrador e funcionário da Prefeitura que conhece o Solar, depois o grupo seguiria viagem para Campo Limpo, Saturnino Braga, São Sebastião e finalmente para o Mosteiro de São Bento.
Ao chegar à residência de Geraldo Anjinho, ele além de colaborar com farto material sobre as tradições da Baixada, ainda nos levou até a residência de Zé Trindade, que durante muitos anos, foi funcionário da família Barroso, proprietária do Solar do Colégio. Em entrevista a todos os integrantes do grupo, Zé Trindade contou que era o sanfoneiro, em algumas manifestações, e fez questão de seguir conosco até o Solar do Colégio, para nos contar detalhes sobre o período em que trabalhou por lá.
Durante a viagem até o Solar do Colégio, Zé Trindade foi relatando e contando um pouco das coisas e da vida naquele local, e foi com muita emoção, que ele percorreu todos os aposentos do Solar, hoje devidamente restaurados pela Prefeitura Municipal de Campos, e tendo como guia o Sr. Carlos Roberto B. Freitas, atual Diretor do Solar, que aproveitou o ensejo da nossa visita, para obter de Zé Trindade algumas informações a respeito do que havia em determinados locais daquele Solar. Finda a visita, fomos convidados a voltar no Solar para assistir a 2ª Rancheirada do Solar, e fomos informados de que no dia seguinte haveria uma apresentação de Jongo, o que por sinal aguçou a nossa expectativa e curiosidade em ver pela primeira vez, algumas pessoas praticando e dançando o Jongo.
De volta para Goitacazes, fizemos uma pausa para o almoço e logo depois fomos à procura dos filhos de Zé Embate, para saber se eles estavam cientes da festa no Solar. Fomos então informados de que eles iriam se apresentar no domingo.
Diante disso, voltamos para a residência de Geraldo Anjinho, que nos levou até a residência do Sr. Nonô, parente de Biru, que havia sido um dos principais personagens e divulgadores do Jongo na região. Ao chegar à rua, Geraldo Anjinho, procurou pelo amigo, Jorge, que confidenciou um fato ocorrido há muitos anos atrás, quando ainda trabalhava na Fazenda Braga. O de ter encontrado uma ossada indígena, em meio ao canavial.
Como o Sr. Nonô, não estava em casa, o Sr. Geraldo Anjinho, então levou-nos até a residência de um dos irmãos de Zé Embate, o Sr. Carlos Juarez, (72), que confirmou ter dançado o Jongo no Solar do Colégio.
Findo esse encontro, o Sr. Geraldo Anjinho, nos levou até a residência de outro irmão de Zé Embate, que por sinal mora nas proximidades da residência do antigo puxador de Jongo. Mas infelizmente, a filha do Sr. Geraldino (85), informou que ele não poderia nos atender, pois já estava dormindo, mas que procurássemos por ele em qualquer dia após as 9 horas. Ela ainda lembrou que a sua mãe, D. Magali, poderia nos dar algumas informações, mas ela não estava em casa.
Dessa maneira concluímos as nossas tarefas nesse dia, combinando de nos encontrar no domingo, dia 27, às 17 horas, para irmos até o Solar do Colégio, onde foi realizada a 2ª Rancheirada do Solar.
No domingo, no horário marcado, apenas Priscila da Silva Gonçalves, Rosália Maria Moreira, Michelle Barros dos Santos, Paulo de Almeida Ourives e o cinegrafista Osiel, fomos até o Solar do Colégio. Ao passar em Goitacazes, fomos até a residência do Sr. Geraldo Anjinho para confirmar a nossa ida, bem como sabermos se ele havia arranjado transporte para o Sr. Carlos Juarez, como a resposta foi negativa, e tendo em vista o fato de haver espaço na Kombi, decidimos então ir até a residência do irmão do Zé Embate, o Sr. Carlos Juarez, e levá-lo até o Solar do Colégio.
Em depoimento emocionado, ele (Carlos Juarez), confessou que havia muitos anos que não colocava os pés no Solar, e estava profundamente vislumbrado com a beleza do prédio que tantas recordações boas lhe vinham na memória.
Com a chegada do Sr. Geraldo Anjinho, o grupo de estudantes ficou então à vontade para fazer o trabalho, e mesmo em meio à festa e ao barulho das músicas que eram tocadas, todos os estudantes que para lá se dirigiram, bem como o cinegrafista Osiel, conseguimos descobrir ainda mais reminiscências das danças típicas da Baixada Campista.
O grupo conseguiu se reunir e captar a emoção de diversas pessoas que estavam ali reunidas em torno da barraca de Ataíde Trindade, e tivemos a felicidade de conhecer duas irmãs, filhas de um antigo violeiro que cantaram diversas canções da Mana-Chica e do Jongo, além de nos ter mostrado alguns passos de uma dança. Fato este que foi filmado e gravado, e que ao final da apresentação, graças à colaboração da organização do evento, que nos atendeu em diminuir o som do palco, pudemos gravar e registrar depoimentos emocionados, de cada um daqueles senhores e senhoras que nos proporcionaram um incrível momento de nostalgia, alegria e prazer.
Infelizmente, vale registrar que o grupo de Jongo, que iria se apresentar não compareceu, mas o cinegrafista Osiel, aproveitou o ensejo e fez o registro da apresentação de uma quadrilha. Como nada mais nos restava fazer, o grupo então decidiu retornar para casa, encerrando mais uma expedição à Baixada Campista.

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