A Sra. sabe alguma coisa assim (Raquel)
São coisas antigas, muito antigas, história, baile essas coisas
Conta, a Sra. mora aqui desde pequena? (Raquel)
Moro desde pequena, tive em Campos um mês mas muito nova, voltei pronto tô aqui.
A Sra. foi em Campos para que, para trabalhar? (Raquel)
Fui para trabalhar
E estudar a Sra. estudou? (Raquel)
Fui para lá pras duas coisas. Trabalhar e estudar mas cheguei lá a minha patroa não me botou para estudar, aí me trouxe para cá porque não tinha escola por perto, agora tem uma porção mas no meu tempo não tinha e nesse eu fiquei para trás.
Teve expediente antes que eu pudesse adiantar a minha vida.
Então a Sra. sente falta do estudo? (Raquel)
Sinto falta do estudo
Mas hoje a Sra. não tem vontade assim... mesmo com as escolas mais perto eles dão oportunidade a Sra.... (Raquel)
Eles podem dar mas que a minha vista não dá mais
Ah, entendi. (Raquel)
A minha vista não dá mais. Tenho assim aquela vontade, mas a minha vista não ajuda, agora mesmo tenho que ir ao médico, essa semana se Deus quiser tenho que ir ao médico de vista.
Mas então conta assim, das experiências que a Sra. trouxe né, que a Sra. tem guardado assim, conta umas histórias engraçadas assim e bonitas, alguma coisa que a Sra. queira contar assim, antigas... (Raquel)
Eu sou uma criatura que andei muito pouco porque minha mãe, eu sou campista e graças a Deus que ela que foi essa primeiro pra mim, né.
Então ela não deixou a Sra. sair muito não (Raquel)
Não deixava, mas que graças a Deus nesse todos eles sabe estudar, sabe sair, com qualquer pessoa sabe? Graças a Deus tem os netos tão tudo moço, eu tenho bisneto.
A Sra. tem quantos filhos? (Raquel)
Tenho cinco
Qual o nome deles? (Raquel)
Essa aqui é Edicéia, a outra casada é Edinéia, Edilson, Antônio que aparece no retrato.
(Foram pegar o retrato)
Esse aqui de óculos? (Raquel)
É meu filho, essa outra da ponta é nora, essa aqui é mãe dela, a sogra dele.
Aqui é a Sra., 25 anos... (Raquel)
É
Mas me conta D. Almeida, D. Alaíde, é que tem um Sr. Almeida que a gente, Paulo que foi conversar com ele e eu me confundi. Mas aqui D. Alaíde, o que vocês faziam pra... se a Sra. não saía muito, que tinha assim pros jovens se divertir.(Raquel)
Só baile, naqueles tempos tocava violão, você vai conhecer um dia.
Sanfona? Hoje o que a gente conhece forró, mas a Sra. ía nos bailes de vez em quando né? (Raquel)
Ía levar as filhas
A Sra. lembra da Sra., a Sra. ela ía dançar, só temos a Sra. (filha)
Dançava e aproveitava também (risos)
Quais eram os tipos de música que tocava nos bailes? Era o quê? Era valsa, era... (Raquel)
Era valsa, Manzurca
Que que era Manzurca? (Raquel)
É uma espécie de valsa também, sabe, só modifica
Em que sentido? Em que sentido, era diferente da valsa? (Paulo)
Porque a Manzurca tem compasso, e a valsa é calma, bem calma.
É como se fosse hoje em dia, que nós jovens a gente dança música lenta e tem o dance... (Raquel)
É
(...)
A valsa todo mundo dança nos 15 anos, já a Manzurca é uma coisa mais assim, é tipo o que? Um samba, sacode mais? (Raquel)
É sacode mais o corpo.
Lembra o samba, o pagode de hoje em dia, Manzurca porque a gente não conhece não, Manzurca não conheço, conheço pagode... (Raquel)
É compassada
Mana-Chica, a Sra. já ouviu falar? (Michelle)
Já ouvi falar, mas nunca cheguei a dançar
E Jongo também não? (Michelle)
Não, também não.
E o Lanceiro? (Paulo)
É que são três danças típicas assim que a gente já ouviu falar por alto, aí as pessoas mais velhas a gente tá perguntando se conhece, se já dançou. (Michelle)
Tudo isso, eu ouvi falar mas... conheçou a Manzurca... gostava de dançar ela
Mas quando a Sra. conheceu seu esposo, assim, foi no baile? (Raquel)
Foi no baile, numa festa aí no Rosário em Campo Limpo. Porque toda vida, meti muito com Igreja, até hoje. Hoje, mas quando não posso andar sozinho por causa das pernas, é ocupando uma pessoa mas no meu tempo e minha mãe ía, só eu e ela ía pro Rosário ía a pé que não tinha condução pra ir e até hoje... o povo vem me buscar aqui quando fui coroar Nossa Senhora no altar outra mais baixo aí fizeram a reunião ... me escolheram, os ministros, a diretora... Perfeitamente, ainda riram muito ali já viei porque vocês porque que agora vou refogar. Coroei Nossa Senhora graças a Deus, depois no aniversário meu, tive a visita de Nossa Senhora, aí ficou organizado por eu sair pouco, todo mês tem mais pa sobrinho di falou comigo.
Mas continue, a Sra. conheceu seu esposo numa festa... (Raquel)
Numa festa
Foi numa festa da igreja? (Raquel)
Foi numa festa da igreja, eu estava organizando a procissão, né? Mas tava só eu e outra, não tinha chegado quase rapaz, ele foi o primeiro chegou mas não namorava não. Ele chegou achou tinha um sacrifício pra duas moças acertar, acertar isso, acertar aquilo, perguntou se queria que ajudasse, perfeitamente, aceitamos, aí ele ficou até o final, no final, né, que nós demos começo do namoro.
Que bonito... (Raquel)
Depois falou tudo certo e graças a Deus... começamos o namoro na igreja e terminei na igreja, junto, foi um ótimo marido, louvado seja Deus, e um ótimo marido mesmo.
Qual era o nome dele? (Raquel)
Era Antônio
Antônio? (Raquel)
É, Antônio de Souza Tavares
Ele já não tá mais com a Sra. não, né? (Raquel)
Faleceu, mas foi ótimo, graças a Deus. Teve uma vida de casado e todo mundo aqui sabe.
E nós jovens hoje, a gente tem tanta vontade de casar, de encontrar alguém... tem filhos (Raquel)
Mas se Deus quiser encontra
Tá difícil. (Raquel)
Se Deus quiser
A gente também... muito romântica (Raquel)
É
Mas é isso aí, D. Alaíde, a gente tá aqui, até invadindo a casa da Sra., né... (Raquel)
É um prazer pra mim, hoje pra mim é um dia feliz.
(risos)
... Que bom então! (Raquel)
Um dia feliz hoje.
A gente entrou assim meio sem graça, porque as pessoas às vezes não tem... muita vontade de se ver, sei lá (Raquel)
Até a gente chegar aqui, a gente já viu o pessoal falando muito bem da Sra., que a Sra. é muito simpática. (Michelle)
Ah, é verdade! (Raquel)
Cada um que a gente parava na rua, já ouviu falar na D. Alaíde? Muito simpática... (Michelle)
Ah, é verdade. (Raquel)
Já ouviu falar na D. Alaíde? Muito simpática. (Michelle)
Muito divertida, quanto cê ouviu primeiro foi Mãe Laíde
A gente reparou na rua o pessoal, só fala bem... (Michelle)
Aí então quer dizer que é a Sra. saiu pouco, a Sra. conhece só essas duas danças, a valsa... (Raquel)
Só.
E a Manzurca? (Raquel)
E a Manzurca
Depois de casado a Sra. continuou a saindo com seu marido, ou vocês, estarem mais assim, era mais a igreja ou... (Raquel)
Toda missa íamos na igreja.
Mas vocês não íam pro baile depois não? Depois de casado? (Raquel)
Ía.
Ah bem, né? Ah, que bom né? Mas aí vocês dançavam mais isso de valsa e ... (Raquel)
Tudo
Tudo? Aí depois... e com o tempo foi passando (Raquel)
Fomo deixando né, aí foram aparecendo os filho, era mais cuidado, mais serviço, não é... criança... Aqui todo mundo que fosse fazer uma festinha qualquer, eu tinha que tá no meio.
Olha! (Raquel)
Se eu fosse fazer uma viagem, eu tinha que ir lá, entregar uma carta, entrega Mãe Laíde, deixa Mãe Laíde, entrega Mãe Laíde.
... Óia, bota um café pra eles...
A Sra. sabe assim de algum nome de uma outra pessoa assim, na época assim da Sra. que ainda esteja vivo pra gente chegar na casa também pra conversar? A sra. conhece alguém por aqui que pode indicar? (Michelle)
Antão tem muita gente mais velha não! Mais velha do lugar sou eu.
A Sra. não sabe assim o nome pra gente procurar também? (Michelle)
Ela é a mais indicada por ter vivido na região, assim em Mineiros. E hoje em dia, o que a Sra. acha assim das músicas das coisas que estão acontecendo? A Sra. ouve rádio. Televisão, que a Sra... (Raquel)
Acho assim tem umas coisas muito de vocês, tenho coisas de vocês que a gente se assistir mesmo não se sente bem.
Eu mesmo, a gente olha assim na televisão acredita que hoje passa cada coisa na televisão, assim... (Raquel)
São coisas que podiam romper aqui assim, passar ali porque essas coisas dão muita experiência.
Os jovens de anteriormente, eram assim mais calmos, essa relação... (Raquel)
Eram muito calmos
Hoje em dia... (Raquel)
Hoje em dia mudou muito
Então assim, mas hoje em dia a Sra. não tem preferência não? De música? Só as músicas da igreja mesmo? (Raquel)
Só as músicas da igreja mesmo, minha filha...
Então a Sra. não gosta assim de ouvir outras músicas, antes assim, depois que a Sra. casou, mas a Sra. não ouviu outras músicas, outros..., em lugares assim não? (Raquel)
Não.
E o baile era aqui perto? (Raquel)
Era nas casas
Ah! era nas casas? (Raquel)
Hoje em dia tem os seus lugares próprios pro baile né? Mas em casa mesmo fazia
Era tipo assim, hoje eu vou fazer um baile na minha casa, aí chamava todo mundo né? Porque era pequenininho, né? (Raquel)
Aí era música ao vivo, né, o pessoal tocava, tocava...
Fazia o baile. (Raquel)
Era o violão, as monica chamavam né? Era isso...
Eram festas sem motivo ou normalmente tinham algum motivo? Pra ir nessas festas? (Paulo)
Não, sem motivo.
Era pra alegrar, né? Pra se divertir? (Raquel)
É, pra divertir, o pessoal no lugar, aqueles convidados divertindo que era tanta gente, entrava bem, saindo bem, tudo alegre, graças a Deus, né?
A gente faz reúne os amigos né, isso aí então. (Raquel)
(...)
Uma pessoa achando que é muito amiga mas a pessoa que está que tem amizade, que como era amiga, era amiga mesmo, né? Sincera aqui perto mermo tem uma...
É difícil a gente... (Raquel)
Criamos os filhos, tudo a tempo, pelejando eles são amigos até hoje, sabe? São amigos até hoje. Até o bisneto que eu tenho menorzinho aí tem...
Ah! Uma coisa que eu tinha curiosidade de saber o quê? Assim, a gente hoje em dia come muita besteira né? Muita bobeira, é coisa pronta, essa comida assim, aqui tinha uma comida típica que o pessoal gosta de fazer? É uma galinha ao molho pardo, é o quê? (Raquel)
É uma galinha ao molho pardo, é uma salada gostosa... (risos)
É ao molho pardo, né? Aquela galinha... (Raquel)
Galinha cozida, cozidinha bem temperada, é uma galinha assada, é uma farofa chega né? Gostei de assar galinha, sequinha, bota no forno, mas encher... Por exemplo, mato a galinha hoje, hoje em dia não mato mais, porque minhas netas, minhas filhas matam, boto no tempero, quando chegar amanhã de manhã, tiro o tempero, enxugo a galinha por fora, bem enxutinha encho ela de farofa.
Deve tá bom... (Raquel)
De farofa né? Bota pouca porção porque a galinha já está temperada, se for temperar a farofa no jeito né? É sal, mas não, bota um pouquinho só, enche ela, no tabuleiro, ainda tem que ser no tabuleiro próprio né? Mais tarde vira a galinha vê que ela tá assadinha, coradinha, né?
(Pausa – café)
Que isso? (Raquel)
Como que é feito? (Paulo)
É feito na calda, com farinha de mandioca também.
Olha! (Raquel)
Essa calda e depois que... a calda... até ficar em ponto que possa enrolar, aí então na talha, corta os pedacinhos assim, ó, bota no fogo...
Mas o doce de farinha de mandioca? (Raquel)
Esse é de farinha de mandioca!
Que interessante! (Raquel)
Aí bota um pouquinho de canela, na calda, fica gostoso
Fica tipo, bolinho... (Raquel)
É, fica enxutinho, enxutinho.
Eu já comi aquele negócio de mandioca durinho né? Eu não sei, é feito de mandioca? Tapioca? (Raquel)
Tapioca
Mas de farinha de mandioca eu nunca vi, como é o nome desse doce? (Raquel)
É farte, o nome dele é farte
Aí ele é fácil de fazer? (Raquel)
É fácil, leva a calda...
A calda de açúcar? (Raquel)
É sim
Fica naquele ponto de fio... (Raquel)
Sim, bota um pouquinho de canela, não é obrigado a botar não, bota pra dar um saborzinho né? Não é obrigado, não. Depois...
E a farinha de trigo ... (Raquel)
Bota farinha de trigo assim no tabuleiro. Numa tábua já própria. Porque hoje em dia ninguém cuida mais nisso, não tem a tábua própria, mas se for possível, a gente acerta aquela tábua bota aí certo, fica enrolando com o rolo assim espalhando e depois vai cortando os pedacinhos assim, no gosto da gente, muito bom, é ótimo.
Vai no forno? Não é? (Raquel)
Vai no forno.
Vai? (Raquel)
Vai.
Deixa dourar assim... (Raquel)
Um pouquinho, muito não porque fica duro.
Então! Esse doce eu não conhecia, não! Conhecia o chuvisco, o chuvisco, o doce de abóbora... (Raquel)
Chuvisco é feito na calda, né?
São coisas antigas, muito antigas, história, baile essas coisas
Conta, a Sra. mora aqui desde pequena? (Raquel)
Moro desde pequena, tive em Campos um mês mas muito nova, voltei pronto tô aqui.
A Sra. foi em Campos para que, para trabalhar? (Raquel)
Fui para trabalhar
E estudar a Sra. estudou? (Raquel)
Fui para lá pras duas coisas. Trabalhar e estudar mas cheguei lá a minha patroa não me botou para estudar, aí me trouxe para cá porque não tinha escola por perto, agora tem uma porção mas no meu tempo não tinha e nesse eu fiquei para trás.
Teve expediente antes que eu pudesse adiantar a minha vida.
Então a Sra. sente falta do estudo? (Raquel)
Sinto falta do estudo
Mas hoje a Sra. não tem vontade assim... mesmo com as escolas mais perto eles dão oportunidade a Sra.... (Raquel)
Eles podem dar mas que a minha vista não dá mais
Ah, entendi. (Raquel)
A minha vista não dá mais. Tenho assim aquela vontade, mas a minha vista não ajuda, agora mesmo tenho que ir ao médico, essa semana se Deus quiser tenho que ir ao médico de vista.
Mas então conta assim, das experiências que a Sra. trouxe né, que a Sra. tem guardado assim, conta umas histórias engraçadas assim e bonitas, alguma coisa que a Sra. queira contar assim, antigas... (Raquel)
Eu sou uma criatura que andei muito pouco porque minha mãe, eu sou campista e graças a Deus que ela que foi essa primeiro pra mim, né.
Então ela não deixou a Sra. sair muito não (Raquel)
Não deixava, mas que graças a Deus nesse todos eles sabe estudar, sabe sair, com qualquer pessoa sabe? Graças a Deus tem os netos tão tudo moço, eu tenho bisneto.
A Sra. tem quantos filhos? (Raquel)
Tenho cinco
Qual o nome deles? (Raquel)
Essa aqui é Edicéia, a outra casada é Edinéia, Edilson, Antônio que aparece no retrato.
(Foram pegar o retrato)
Esse aqui de óculos? (Raquel)
É meu filho, essa outra da ponta é nora, essa aqui é mãe dela, a sogra dele.
Aqui é a Sra., 25 anos... (Raquel)
É
Mas me conta D. Almeida, D. Alaíde, é que tem um Sr. Almeida que a gente, Paulo que foi conversar com ele e eu me confundi. Mas aqui D. Alaíde, o que vocês faziam pra... se a Sra. não saía muito, que tinha assim pros jovens se divertir.(Raquel)
Só baile, naqueles tempos tocava violão, você vai conhecer um dia.
Sanfona? Hoje o que a gente conhece forró, mas a Sra. ía nos bailes de vez em quando né? (Raquel)
Ía levar as filhas
A Sra. lembra da Sra., a Sra. ela ía dançar, só temos a Sra. (filha)
Dançava e aproveitava também (risos)
Quais eram os tipos de música que tocava nos bailes? Era o quê? Era valsa, era... (Raquel)
Era valsa, Manzurca
Que que era Manzurca? (Raquel)
É uma espécie de valsa também, sabe, só modifica
Em que sentido? Em que sentido, era diferente da valsa? (Paulo)
Porque a Manzurca tem compasso, e a valsa é calma, bem calma.
É como se fosse hoje em dia, que nós jovens a gente dança música lenta e tem o dance... (Raquel)
É
(...)
A valsa todo mundo dança nos 15 anos, já a Manzurca é uma coisa mais assim, é tipo o que? Um samba, sacode mais? (Raquel)
É sacode mais o corpo.
Lembra o samba, o pagode de hoje em dia, Manzurca porque a gente não conhece não, Manzurca não conheço, conheço pagode... (Raquel)
É compassada
Mana-Chica, a Sra. já ouviu falar? (Michelle)
Já ouvi falar, mas nunca cheguei a dançar
E Jongo também não? (Michelle)
Não, também não.
E o Lanceiro? (Paulo)
É que são três danças típicas assim que a gente já ouviu falar por alto, aí as pessoas mais velhas a gente tá perguntando se conhece, se já dançou. (Michelle)
Tudo isso, eu ouvi falar mas... conheçou a Manzurca... gostava de dançar ela
Mas quando a Sra. conheceu seu esposo, assim, foi no baile? (Raquel)
Foi no baile, numa festa aí no Rosário em Campo Limpo. Porque toda vida, meti muito com Igreja, até hoje. Hoje, mas quando não posso andar sozinho por causa das pernas, é ocupando uma pessoa mas no meu tempo e minha mãe ía, só eu e ela ía pro Rosário ía a pé que não tinha condução pra ir e até hoje... o povo vem me buscar aqui quando fui coroar Nossa Senhora no altar outra mais baixo aí fizeram a reunião ... me escolheram, os ministros, a diretora... Perfeitamente, ainda riram muito ali já viei porque vocês porque que agora vou refogar. Coroei Nossa Senhora graças a Deus, depois no aniversário meu, tive a visita de Nossa Senhora, aí ficou organizado por eu sair pouco, todo mês tem mais pa sobrinho di falou comigo.
Mas continue, a Sra. conheceu seu esposo numa festa... (Raquel)
Numa festa
Foi numa festa da igreja? (Raquel)
Foi numa festa da igreja, eu estava organizando a procissão, né? Mas tava só eu e outra, não tinha chegado quase rapaz, ele foi o primeiro chegou mas não namorava não. Ele chegou achou tinha um sacrifício pra duas moças acertar, acertar isso, acertar aquilo, perguntou se queria que ajudasse, perfeitamente, aceitamos, aí ele ficou até o final, no final, né, que nós demos começo do namoro.
Que bonito... (Raquel)
Depois falou tudo certo e graças a Deus... começamos o namoro na igreja e terminei na igreja, junto, foi um ótimo marido, louvado seja Deus, e um ótimo marido mesmo.
Qual era o nome dele? (Raquel)
Era Antônio
Antônio? (Raquel)
É, Antônio de Souza Tavares
Ele já não tá mais com a Sra. não, né? (Raquel)
Faleceu, mas foi ótimo, graças a Deus. Teve uma vida de casado e todo mundo aqui sabe.
E nós jovens hoje, a gente tem tanta vontade de casar, de encontrar alguém... tem filhos (Raquel)
Mas se Deus quiser encontra
Tá difícil. (Raquel)
Se Deus quiser
A gente também... muito romântica (Raquel)
É
Mas é isso aí, D. Alaíde, a gente tá aqui, até invadindo a casa da Sra., né... (Raquel)
É um prazer pra mim, hoje pra mim é um dia feliz.
(risos)
... Que bom então! (Raquel)
Um dia feliz hoje.
A gente entrou assim meio sem graça, porque as pessoas às vezes não tem... muita vontade de se ver, sei lá (Raquel)
Até a gente chegar aqui, a gente já viu o pessoal falando muito bem da Sra., que a Sra. é muito simpática. (Michelle)
Ah, é verdade! (Raquel)
Cada um que a gente parava na rua, já ouviu falar na D. Alaíde? Muito simpática... (Michelle)
Ah, é verdade. (Raquel)
Já ouviu falar na D. Alaíde? Muito simpática. (Michelle)
Muito divertida, quanto cê ouviu primeiro foi Mãe Laíde
A gente reparou na rua o pessoal, só fala bem... (Michelle)
Aí então quer dizer que é a Sra. saiu pouco, a Sra. conhece só essas duas danças, a valsa... (Raquel)
Só.
E a Manzurca? (Raquel)
E a Manzurca
Depois de casado a Sra. continuou a saindo com seu marido, ou vocês, estarem mais assim, era mais a igreja ou... (Raquel)
Toda missa íamos na igreja.
Mas vocês não íam pro baile depois não? Depois de casado? (Raquel)
Ía.
Ah bem, né? Ah, que bom né? Mas aí vocês dançavam mais isso de valsa e ... (Raquel)
Tudo
Tudo? Aí depois... e com o tempo foi passando (Raquel)
Fomo deixando né, aí foram aparecendo os filho, era mais cuidado, mais serviço, não é... criança... Aqui todo mundo que fosse fazer uma festinha qualquer, eu tinha que tá no meio.
Olha! (Raquel)
Se eu fosse fazer uma viagem, eu tinha que ir lá, entregar uma carta, entrega Mãe Laíde, deixa Mãe Laíde, entrega Mãe Laíde.
... Óia, bota um café pra eles...
A Sra. sabe assim de algum nome de uma outra pessoa assim, na época assim da Sra. que ainda esteja vivo pra gente chegar na casa também pra conversar? A sra. conhece alguém por aqui que pode indicar? (Michelle)
Antão tem muita gente mais velha não! Mais velha do lugar sou eu.
A Sra. não sabe assim o nome pra gente procurar também? (Michelle)
Ela é a mais indicada por ter vivido na região, assim em Mineiros. E hoje em dia, o que a Sra. acha assim das músicas das coisas que estão acontecendo? A Sra. ouve rádio. Televisão, que a Sra... (Raquel)
Acho assim tem umas coisas muito de vocês, tenho coisas de vocês que a gente se assistir mesmo não se sente bem.
Eu mesmo, a gente olha assim na televisão acredita que hoje passa cada coisa na televisão, assim... (Raquel)
São coisas que podiam romper aqui assim, passar ali porque essas coisas dão muita experiência.
Os jovens de anteriormente, eram assim mais calmos, essa relação... (Raquel)
Eram muito calmos
Hoje em dia... (Raquel)
Hoje em dia mudou muito
Então assim, mas hoje em dia a Sra. não tem preferência não? De música? Só as músicas da igreja mesmo? (Raquel)
Só as músicas da igreja mesmo, minha filha...
Então a Sra. não gosta assim de ouvir outras músicas, antes assim, depois que a Sra. casou, mas a Sra. não ouviu outras músicas, outros..., em lugares assim não? (Raquel)
Não.
E o baile era aqui perto? (Raquel)
Era nas casas
Ah! era nas casas? (Raquel)
Hoje em dia tem os seus lugares próprios pro baile né? Mas em casa mesmo fazia
Era tipo assim, hoje eu vou fazer um baile na minha casa, aí chamava todo mundo né? Porque era pequenininho, né? (Raquel)
Aí era música ao vivo, né, o pessoal tocava, tocava...
Fazia o baile. (Raquel)
Era o violão, as monica chamavam né? Era isso...
Eram festas sem motivo ou normalmente tinham algum motivo? Pra ir nessas festas? (Paulo)
Não, sem motivo.
Era pra alegrar, né? Pra se divertir? (Raquel)
É, pra divertir, o pessoal no lugar, aqueles convidados divertindo que era tanta gente, entrava bem, saindo bem, tudo alegre, graças a Deus, né?
A gente faz reúne os amigos né, isso aí então. (Raquel)
(...)
Uma pessoa achando que é muito amiga mas a pessoa que está que tem amizade, que como era amiga, era amiga mesmo, né? Sincera aqui perto mermo tem uma...
É difícil a gente... (Raquel)
Criamos os filhos, tudo a tempo, pelejando eles são amigos até hoje, sabe? São amigos até hoje. Até o bisneto que eu tenho menorzinho aí tem...
Ah! Uma coisa que eu tinha curiosidade de saber o quê? Assim, a gente hoje em dia come muita besteira né? Muita bobeira, é coisa pronta, essa comida assim, aqui tinha uma comida típica que o pessoal gosta de fazer? É uma galinha ao molho pardo, é o quê? (Raquel)
É uma galinha ao molho pardo, é uma salada gostosa... (risos)
É ao molho pardo, né? Aquela galinha... (Raquel)
Galinha cozida, cozidinha bem temperada, é uma galinha assada, é uma farofa chega né? Gostei de assar galinha, sequinha, bota no forno, mas encher... Por exemplo, mato a galinha hoje, hoje em dia não mato mais, porque minhas netas, minhas filhas matam, boto no tempero, quando chegar amanhã de manhã, tiro o tempero, enxugo a galinha por fora, bem enxutinha encho ela de farofa.
Deve tá bom... (Raquel)
De farofa né? Bota pouca porção porque a galinha já está temperada, se for temperar a farofa no jeito né? É sal, mas não, bota um pouquinho só, enche ela, no tabuleiro, ainda tem que ser no tabuleiro próprio né? Mais tarde vira a galinha vê que ela tá assadinha, coradinha, né?
(Pausa – café)
Que isso? (Raquel)
Como que é feito? (Paulo)
É feito na calda, com farinha de mandioca também.
Olha! (Raquel)
Essa calda e depois que... a calda... até ficar em ponto que possa enrolar, aí então na talha, corta os pedacinhos assim, ó, bota no fogo...
Mas o doce de farinha de mandioca? (Raquel)
Esse é de farinha de mandioca!
Que interessante! (Raquel)
Aí bota um pouquinho de canela, na calda, fica gostoso
Fica tipo, bolinho... (Raquel)
É, fica enxutinho, enxutinho.
Eu já comi aquele negócio de mandioca durinho né? Eu não sei, é feito de mandioca? Tapioca? (Raquel)
Tapioca
Mas de farinha de mandioca eu nunca vi, como é o nome desse doce? (Raquel)
É farte, o nome dele é farte
Aí ele é fácil de fazer? (Raquel)
É fácil, leva a calda...
A calda de açúcar? (Raquel)
É sim
Fica naquele ponto de fio... (Raquel)
Sim, bota um pouquinho de canela, não é obrigado a botar não, bota pra dar um saborzinho né? Não é obrigado, não. Depois...
E a farinha de trigo ... (Raquel)
Bota farinha de trigo assim no tabuleiro. Numa tábua já própria. Porque hoje em dia ninguém cuida mais nisso, não tem a tábua própria, mas se for possível, a gente acerta aquela tábua bota aí certo, fica enrolando com o rolo assim espalhando e depois vai cortando os pedacinhos assim, no gosto da gente, muito bom, é ótimo.
Vai no forno? Não é? (Raquel)
Vai no forno.
Vai? (Raquel)
Vai.
Deixa dourar assim... (Raquel)
Um pouquinho, muito não porque fica duro.
Então! Esse doce eu não conhecia, não! Conhecia o chuvisco, o chuvisco, o doce de abóbora... (Raquel)
Chuvisco é feito na calda, né?
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