quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

16.6 - Relatório da 6ª Expedição à Baixada Campista

Aos 24 de agosto de 2003, sábado, às 17 horas, os alunos do Curso de Comunicação Social, envolvidos no Projeto do Mestre e Professor Orávio de Campos Soares, cujo título está descrito acima, realizaram a sexta excursão. Dessa vez o objetivo foi o de realizar e presenciar um encontro de jongueiros no Solar do Colégio, contando com uma apresentação do grupo de teatro Ilê Sain a Oxalá, e de jongueiros que viveram no Solar do Colégio.
Nesta sexta expedição, o grupo seguiu para a Baixada com Priscila da Silva Gonçalves, Rosália Maria Moreira, Paulo de Almeida Ourives, Andresa Alcoforado, Michelle Barros dos Santos, Raquel Correia de Freitas, Marco Antônio Lourenço, e o cinegrafista Osiel Azevedo.
As imagens iniciais foram realizadas no lado de fora e atrás do Solar. O grupo de teatro se apresentou e cantou diversos versos, além de nos mostrar os passos da dança. Depois o grupo se apresentou na parte interna do Solar, no salão principal.
Quando se apresentavam no lado de fora, um detalhe chamou a minha atenção, enquanto as mulheres (moças) dançavam com os seus pés e passos bem mais abertos e livres, os jovens do sexo masculino, mostravam um passo mais preso, dando a entender que estavam acorrentados. Passos curtos, que também dão a entender a situação precária que os escravos viviam nas senzalas, e cujas solas dos pés, poderiam estar cheias de feridas. Ao fazer esta observação ao Professor e Mestre Orávio de Campos Soares, ele comentou que isto é um atavismo, ou uma manifestação do inconsciente de cada um dos meninos.
Após a apresentação, pudemos acompanhar a chegada dos velhos jongueiros do Solar do Colégio, que numa reunião simples e motivados pelo batuque do tambor Corre-Mundo, cantaram os versos que ainda lembravam.
Marco Antônio, filho de Zé Embate, ainda chamou algumas puxadoras do grupo de teatro para ajudar-lhe nas cantigas. Nesse encontro estavam presentes além de Marco Antônio, filho de Zé Embate, as irmãs Georgina e Geni dos Santos, que além de levarem diversas letras de Jongo, Fado e Reis, escritas a mão, ainda puxaram e cantaram diversas músicas. Infelizmente, elas não puderam nos mostrar como se dança o Fado, já que não havia homens em número suficiente, para que a dança pudesse ser realizada. Mas nos convidaram a passar uma tarde com elas, onde elas iriam nos mostrar muito mais coisas a respeito de algumas danças folclóricas da Baixada Campista.
Além do grupo de jongueiros que viveu no Solar do Colégio, estiveram presentes, Geraldo Anjinho, Sr. Rubens, e os descendentes da família Barroso. O Sr. Gil chegou a comentar comigo que sua mãe, D. Ivone Wagner da Cunha Gomes, de quase 90 anos, ainda está lúcida e pode nos contar um pouco da história do Solar do Colégio, bem como de fatos interessantes a respeito do lugar.
Como já não havia mais nada a ser mostrado, e porque o Solar necessitava ser fechado ao público, todos os integrantes do grupo de pesquisa resolveu encerrar mais uma expedição à Baixada Campista.

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