quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

17.7 - BARRA DO FURADO - Antônio Francisco em 19/07/2003

BARRA DO FURADO – Antônio Francisco

Estamos na residência de Antônio Francisco, na Fazenda Pau-Grande.
Nela, eu não conheci, não me lembro, teve um antigo aqui que falava muito nela, Mana-Chica do Caboio.
O Fado, o Jongo, nada disso o Senhor conheceu? Lanceiro?
Não, eu conheci, cheguei até dançar Lanceiro e tal, mas assim, não tenho...
Foi uma coisa que o Senhor seguiu...
Como?
Foi uma coisa que o Senhor seguiu...
Não entendi.
Não foi uma coisa que o Sr. dançou, que o Sr. seguiu.
Ah, não, só dançava essa assim mesmo, um bailezinho aqui... não era dança não, era um bailezinho avulso assim, tal, tal, tal, quando aparecia. Mas meu pai foi muito de trabalho, não deixava a gente encalaçar (encalastrar)
O Sr. mora aqui até quando
Não, ali na frente, eu fui criado lá na frente. Vieram da onde?
A gente estava na Barra do Furado. A gente quer a relação das pessoas que tem essa tradição.
Numa esquina ali, na esquina, eu fui criado lá, Francisco Manhães da Boa Morte, foi meu pai, vão entrá um pouquinho? Querem não?
Mas num tá ruim pra conversá não?
Ele...O meu pai foi de 1865, ele dizia que aqui existia um caminho, não estrada assim, mas a fazenda, mas existia um caminho por dentro, que fosse público, que não fosse, mas era caminho, daqui saía para Campos...
Mas o Sr. sabe alguém perto aqui que dança, que tenha essa cultura?
Não.
Não conhece. Porque a gente tá procurando, essas pessoas, pra fazer, pra tentar resgatar essa tradição.
Não existe mais isso aqui não.
Não existe não?
Aqui não.
A gente vai continuar procurando então.
Mas a estória da casa, meu pai dizia que ele era rapazinho, passava aí, ele foi criado lá em São Martinho pra Tócos, naquelas casas de São Martinho pra Tócos e passava aqui, que as maloa dele foi daqui, ou namorada ou da fazenda Barra do Furado, Fazenda do Furado, Barra do Furado, já é do outro lado, lado aí desse brejo pra lá é chamado Furado, porque não sei, Fazenda Furado, e foi dos antigos, do pai da mulher dele e naturalmente passava aí pra namoro, pra isso ou pra aquilo, morava em Santo Amaro, mas tinha essa fazenda vinha aí, dizia que passava aí era rapazinho então construindo essa casa, agora não sei se em ponta de acabamento ou começo de 65, rapazinho é de 12 a 15 anos, era 1880 por aí, a casa, deve ter sido construída nessa época, mas aqui nunca teve dança.
Hoje a gente está procurando especialmente isso, outra hora a gente vem com mais calma, a gente fala um pouco sobre a história do lugar, mas hoje a gente tá realmente correndo por causa do tempo e está procurando mais sobre isso.
Sobre a dança, não tenho não.

Nenhum comentário: